quinta-feira, 5 de abril de 2012

O caminho das pedras...

E a empreitada de apresentar o projeto para melhora do trânsito parece que tem um alvo definido: o secretário de "planejamento" de Blumenau.

Conversei com pessoas do setor público e da imprensa e todos apontaram na mesma direção. Pena que o Seterb não seja capaz de dar retorno para as consultas da população e dar esta mesma informação...

As ações até então não condizem com o título do cargo, mas o fato dele existir é um começo.

Este nobre senhor que nos últimos 3 anos planejou muitas ações para melhoria da cidade em conjunto de seus pares do poder executivo e resolveu iniciá-las todas em ano de eleição, praticamente parando a cidade, para que tudo esteja novo e lindo para ser divulgado na TV. Uma feliz coicidência!

E a população assiste a tudo isso, sabe do contexto, e faz cara de paisagem! Espantoso!

O próximo passo tentar agendar uma conversa com ele.
Vamos ver no que dá.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Ensaios p/o Transito: Cruzamento ruas Estanislau Schaette e General Osório em Blumenau



O problema
Quem mora no bairro da Velha ou imediações, que são atendidos por poucas ruas como a Estanislau Schaette, João Pessoa e General Osório já conhece o problema: longas filas se formam para todo lado, especialmente no ponto de cruzamento entre a Stanislau e a Gen. Osório. O semáforo ali é o maior criador de filas da região e um suplício diário aos que circulam por ali.

Principais pontos da proposta
A proposta baseia-se na liberação do fluxo com a eliminação do semáforo no cruzamento, a implantação de um canteiro para direcionar o trãfego no cruzamento e a transferência do ponto de retono para três rotatórias (2 existentes e 1 que precisa ser criada).

Passagem livre e eliminação do cruzamento
Atualmente todos podem seguir em todas as direções neste ponto, mas isso acarreta em filas monstruosas, já que os semáforos precisam interromper diferentes partes do fluxo a cada momento para permitir que isso aconteça. O resultado é um acúmulo de veículos que são retidos pelo semáforo numa velocidade superior á que ele mesmo tem condições de liberar.

A melhor forma de liberar o trânsito é permitir a passagem livre dos automóveis, entretanto isso não é possível num cruzamento com as características do atual. Mas se o fluxo for desviado para um outro ponto, aonde os carros fazem um retorno numa das rotatórias disponiveis para seguir em outra direção, pode-se enfim acabar com o cruzamento de veículos.

Remoção do semáforo
Os veículos vindos da rotatória da R dos Caçadores seguiriam livres à direita, descendo a Estanislau. Quem pretende continuar adiante para o bairro faria o retorno na rotatória e voltaria para a Gen Osório com passagem livre à direita mais uma vez. Esse desvio é necessário para que ninguém precise parar.

Por sua vez quem vêm do bairro em direção ao centro pela Gen Osório seguiria livre a frente, ou à direita para a escola Alberto Stein.

Nova rotatória na Estanislau
A Rua Gen. Osório já tem 2 rotatórias utilizadas para este fim: uma em frente à Cooper Hering e outra na entrada da Rua dos Caçadores. A única que não tem um ponto de retorno é a Estanislau Schaette.

A principal dificuldade da proposta é a limitação física na R. Estanislau Schaette. A rua é estreita e o terreno é irregular, pois contorna o morro. Entretanto me parece possível aproveitar a entrada da Rua Canário para implantação de uma rotatória naquele ponto. A parada de ônibus precisaria ser adiantada um pouco, mas não seria nada drástico. Há um recuo para o ônibus neste ponto e pode ser aproveitado para implantar a rotatória.

Restrições no acesso à escola
O ponto mais sensível desta proposta é a restrição do acesso à escola para os pais que sobem no sentido centro-bairro pela Gen Osório, pois não poderiam mais entrar a esquerda na escola. Esta mudança fariam com que passassem por 2 rotatórias antes de poderem entrar na rua da escola, aumentando o trajeto.

Analisando o problema sob a ótica do tempo gasto no trajeto eu posso dizer que o resultado é o mesmo. Hoje todos ficam um longo tempo parado na fila do semáforo até poderem entrar à esquerda para acessar a rua da escola. Transitar uma distãncia maior teria o mesmo efeito de tempo.

Segurança das crianças
A proposta tem ainda o ganho de diminuir a confusão de veículos que cruzam em diversas direções neste local e isso é benéfico para os pequenos que andam a pé no local. Todos sabemos que crianças são afoitas e nem sempre prestam a atenção a  todos os lados antes de meter o pé na rua, portanto reduzir o número de lados que uma criança precisa observar antes de cruzar a via é ótimo para a segurança delas próprias!

Modificações rápidas e de baixo custo
As mudanças desta propostas são de rápida execução, pois eliminar um sinal e substituir a sinalização pode ser feito na madrugada, quando o fluxo de veículos é pequeno. A implantação do canteiro e da rotatória em si pode ser feito com blocos de cimento até que a estrutura definitiva seja erguida, o que também pode ser feito em poucas horas.

É importante verificar, entretanto, se a entrada atual da rua Canários comporta a entrada dos veículos que descem pela Estanislau. Caso contrário será necessário prolongar o recuo do ônibus para dar espaço para passagem dos veículos.

Acho que esses são os principais pontos que acho interessante ressaltar desta proposta com o objetivo de permitir que a cidade volte a andar.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Ensaio para o trânsito: mundanças cruzamento Al. Rio Branco, XV de Novembro e Castelo Branco em Blumenau


Alterações em um "nó" do Centro da cidade
Este ensaio complementa a proposta de implantação do anel viário leste, para entrada em Blumenau pela via estadual (SC-470), pois ela depende também da boa fluidez do trânsito no centro da cidade, pois este trecho é uma das alças do próprio anel viário.

Um dos pontos mais complicados são os cruzamentos entre a Al. Rio Branco e a XV de Novembro. Em especial àqueles motoristas que pretendem cruzar para entrar na Castelo Branco (Beira Rio). A alameda e a beira rio são desencontradas e com um sinal próximo do cruzamento. É fácil ficar parado no cruzamento ou logo depois dele pois o tráfego não flui por ali.

E todos os dias da semana a mesma história se repete...

Bases da proposta
As bases da proposta são a transformação da Rio Branco e da Nereu Ramos, entre a XV e a Castelo em mão única, além da proibição de conversão à direita na Alameda (na contramão da XV). Esta imagem ilustra o cerne da idéia.

As mudanças da proposta permitiriam a remoção do semáforo no cruzamento da XV com a Alameda, sendo substituída por placa de parada obrigatória.

Artérias do Trânsito
O objetivo maior é permitir liberdade a um grande fluxo que precisaria ter fluidez, tal qual o sangue que precisa circular por artérias desobstruídas para que não aconteça o infarto!

As artérias da proposta seriam as ruas Rep. Argentina e Itajaí, que foram descritas na proposta de criação do anel viário leste, enquanto as ruas Castelo Branco somada à XV trabalhariam em conjunto com a 7 de Setembro.

Isso resultaria em fluxos que formariam 2 círculos concêntricos, representados na figura, que são compostos pelas ruas salientadas em verde no mapa.


Eliminação de bloqueios e gargalos
A remoção de dos 3 sinais de uma única vez no entroncamento entre a Al Rio Branco, a XV de Novembro e a Castelo Branco daria vazão ao tráfego. Com a proibição da conversão à direita não há necessidade de interromper o fluxo da XV. Uma simples placa de parada obrigatória atende a necessidade.

Os veículos chegando em direção ao centro da cidade seguiriam livres em direção à Castelo ou pela XV.

A R. Nereu Ramos precisaria ter sua mão invertida em sentido único entre as ruas XV e a 7 de Setembro, pois serve de retono para quem subirá em direção à Alameda. Como a entrada só acontece pela XV neste trecho, a sinaleira deste antigo cruzamento também pode ser eliminada, já que nenhum veículo cruzaria a frente de outro em nenhum momento, pois estão todos seguindo na mesma direção.

Retorno "na rua seguinte" e espaços de manobra
Alguns motoristas estranharão o percurso maior para fazer um retorno que hoje é feito cruzando a principal diretamente, mas é justamente aí que a proposta traz ganhos. A modificação no sentido de fluxo destas ruas resulta no efeito de criar um ponto de retorno "na rua seguinte", ou no máximo na outra.

Uma quadra é o espaço mínimo de manobra para quem pretende cruzar a via principal no sentido oposto, sem que seja necessário interromper completamente o fluxo da principal.

Mudanças rápidas e de baixo custo
A simples mudança no sentido das vias e desativação destes semáforos não exige investimento algum. A única despesa seria a substituição da sinalização. O prazo também torna-se irrisório, pois a alteração pode ser feita "na calada da noite", quando o fluxo de veículos é pequeno.

Acho que isso resume os principais itens da proposta.

domingo, 18 de março de 2012

Suplícios burocráticos

Precisarei de mais de uma postagem para registrar alguns episódios recentes que dispertam verdadeira paixão em mim: ter o veículo guinchado, retirar documentos na DP e resgatar o veículo no depósito da Seterb.

Foram episódios tão cheios de "ensinamentos" que merecerão postagens independentes cada um.

Aguardem!

domingo, 4 de março de 2012

De cara no muro e os longos atalhos da vida

Empolgação ilusionária
Munido de toda a boa vontade do mundo resolvi trilhar os caminhos para encaminhar a proposta de modificação aos órgãos competentes no âmbito municipal. Tão logo foram concluídos os registros das idéias com os devidos detalhamentos busquei o site da prefeitura municipal para enviar um e-mail à secretaria de trânsito (Seterb aqui).

Adivinha só o que descobri? Que eu estava vivendo numa realidade paralela quando acreditei que encontraria caminhos oficiais facilitados para a tal "participação popular" nesta famigerada democracia de cumpadres vigente neste país. Eu tinha sido iludido por minha própria empolgação.

Ode ao grão-vizir
Uma vez aprendi que existem 3 pontos de vista para qualquer situação na vida: o meu, o teu e o da mosca na parede. E aposto que eu teria achado no mínimo engraçado me observar com cara de espanto e reclamando com o computador sob o ponto de vista da mosca na parede. Eu tinha dado de cara no muro e tava P da cara com aquilo!

Dentro da seção da secretaria de trânsito tudo o que se encontra é um e-mail e um telefone para o "serviço de atendimento a população", especializado em dúvidas e reclamações das linhas de ônibus intermunicipais.

Mas e se o problema não for relativo a ônibus? Bom, neste caso boa sorte meu camarada!

Não convencido e armado da minha peculiar teimosia, típica de quem não está disposto a se dar por vencido na primeira tentativa, fui "vasculhar" a estrutura da prefeitura à procura de algo que pudesse servir de "porta de entrada" para minhas pretensões.

Tudo o que encontrei foi uma página com o nome do presidente da secretaria, devidamente recheado de maravilhosas passagens por cargos importantes de tantas entidades relevantes a qual aquele nobre senhor havia passado... contato que é bom, niente!

Ouvidoria é para quem quer ouvir

Não sei por que cargas d'água eu fui levado a acreditar que encontraria uma "ouvidoria" ou canal oficial disponível para sugestões ou críticas para a secretaria de trânsito! Afinal de contas, ouvidoria é assunto pra bancos e operadoras de telefonia, que presta serviços e cobra por eles, certo?

Mas e a prefeitura? Não presta serviços, nem cobra por eles?

Bueno... prefeituras prestam serviços sim, mas são serviços "diferentes". Afinal de contas não visam o lucro como instituições privadas, então não deveriam ser medidas pela mesma regra diriam alguns... e é justamente com esse argumento que se consegue desvirtuar a discussão do que realmente interessa e prolongar o problema indefinidamente...

Ouvidoria é coisa pra quem quer ou precisa ouvir daquele para qual oferece algo. Quem acha que tem as respostas para os problemas dos outros vai querer ouvir o que? E observando a coisa sob esta ótica dá para entender por que uma razoável fração das "soluções" para o trânsito são como aspirina para curar um doente terminal.

Linhas tortas
Resignado depois do choque de realidade, percebi que a idéia terá de percorrer um caminho um pouco mais longo para chegar ao seu destino final...

No frigir dos ovos isso pode é ajudar a "testar" a aceitação da proposta e quem sabe até refiná-la antes de bater à porta de quem pode fazer algo por ela.

Um "atalho" longo, mas de certa forma útil. A questão vai ser o tempo q vai levar pra isso acontecer...
E isso só o tempo vai dizer. ;-)

quinta-feira, 1 de março de 2012

Ensaio para o transito - Mudanças retorno para ponte do Salto na R. Bahia em Blumenau

Tempos atrás estava me dirigindo ao centro pela R. Bahia e tudo seguia muito bem até chegar ao retorno da ponte do salto (oficialmente Lauro Muller). Algumas alterações (tipo um enorme poste de concreto no meio da pista sem "amortecedor" algum para o veículo em colisões), rotatórias e eliminação de cruzamentos.

Na minha opinião a obra não ficou completa. Alguns cruzamentos foram eliminados, mas o problema foi somente transferido de lugar. Um dos piores de todos ainda está lá.

Estou me referindo ao retorno para entrada na ponte do salto para quem vem do bairro em direção ao centro na R. Bahia. Fora o fato de não estar devidamente sinalizado, aos motoristas são dadas 2 opções: tomar a direita para fazer o retorno para a ponte ou seguir pela esquerda para seguir em direção ao centro.
 

Uma questão aritmética simples
O problema ficou evidente quando me vi parado para seguir em direção ao centro com outros poucos veículos. Fiquei um enorme tempo aguardando o sinal abrir sem que nenhum veículo cruzasse a pista. Estava caracterizada a ineficiência daquele arranjo, pois ficamos um bom tempo aguardando ninguém cruzar a pistta até o sinal abrir.

Resolvi parar para contar a quantidade de pistas em cada direção, somando a pista de retorno também, do trecho do retorno até a ponte.

Em resumo a contagem de pistas entre a ponte e o sinal fica assim:
  • 1 pista no sentido centro-bairro
  • 1 pista de "recuo" para retorno
  • 1 pista entre o sinal e o cruzamento em frente à ponte
São 3 pistas lado a lado num trecho de 600 ou 700m.

A contagem das vias de entrada e saída fica assim:
  • Depois do sinal, na direção do centro é somente 1 pista em cada direção.
  • Antes do cruzamento em frente a ponte, no sentido bairro também é 1 pista efetiva para cada lado (considerando o estreitamento nos pardais).
Totalizam 2 para cada lado fora do trecho de retorno.

A diferença na contagem das pistas fora do retorno vs. no retorno é exatamente 1 pista (sem trocadilho), que é a chave para solução do problema.

Fica claro que dá para aproveitar melhor esta sobra simplesmente com mudanças no fluxo e eliminação de gargalos!

O esquema da proposta está resumido na imagem abaixo. Os detalhes da idéia estão mais abaixo.


Alterações no fluxo para retorno
A idéia é bastante simples: todo veículo oriundo do bairro deve obrigatoriamente seguir pela pista da direita, em direção ao recuo. Uma vez no recuo ele poderia seguir livremente à direita (para o centro) ou à esquerda (para a ponte).

A pista central, hoje usada para quem vai para o centro, teria sua direção invertida e serviria somente quem retorna para tomar a ponte.

Quem vem do centro teria pista livre à direita para seguir para a ponte ou para o bairro.

Eliminação do semáforo
Um dos pontos importantes da proposta é a remoção do sinal. Ele perde função já que há pistas o suficiente para quem retorna e quem segue livre.


Controlador de velocidade e o "X" da questão
Uma boa parcela dos automóveis vindos do centro passa para a pista da esquerda, enquanto quem faz o retorno toma a direita para entrar na ponte. Isso resulta num fluxo em "X".

Para evitar problemas, quem chega livre e quem acelera no retorno precisa estar na mesma velocidade, facilitando o "xis" da troca de pistas. 50km/h seriam o ideal neste caso. Quem acelera atinge esta velocidade rapidamente e conseguiria entrar no fluxo com facilidade.

Os automóveis vindos do bairro em direção ao centro estarão automaticamente em baixa velocidade, pois estarão fazendo uma volta e uma curva fechada à direita para seguir. Não é necessário pardal ali.

Entendo que essa idéia desbloquearia aquele trecho, permitindo que todos andem constantemente sem parar nunca. Isso reduziria filas e melhoriaria a vida de todos.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ensaio sobre o Anel viário Leste - entrada de Blumenau

Certa feita o amigo Vancler Souza me descreveu uma solução que me soou um tanto radical para resolver o problema do congestionamento na entrada leste da cidade, notoriamente as Av. Itajaí e República Argentina.

Todos aqueles que dirigem nas imediações sabem o transtorno que é tentar circular por estas ruas em horários de pico e com outros tantos milhares de veículos acrescentados ao trânsito a cada mês. É óbvio que o problema não vai embora sozinho. E o que a administração municipal providencia são agentes de trânsito para "domar" as feras ao volante.

A idéia que me apresentou é bastante simples, e por isso carrega o brilhantismo das grandes sacadas. Segundo ele o certo para aquela região da cidade seria transformar estas ruas em mão única, cada uma num único sentido!

Minha primeira reação foi de resignação: será? Mas pensando mais um pouquinho no assunto fica fácil entender por que.

Soa estranho? Confira o mapa montado com a ajuda do google então:

A via principal está pintada de roxo, com a seta indicando o sentido recomendado para aquele trexo.

Atualmente ambas as ruas estão funcionando em sentido duplo. Certos trexos estão com duas pistas, outros com três. A idéia acima procura garantir que existam ao menso 3 pistas livres de entroncamentos, cruzamentos e semáforos para atender a um grande fluxo de veículos todos os dias.

Alguns pontos importantes, que chamo de princípios da proposta:

Nada de cruzamentos
Um dos maiores problemas deste trecho são os cruzamento entre as vias, especialmente nos sinais. Filas intermináveis se formam e motoristas que colocam o automóvel inteiro sobre a pista para entrar na mão contrária (+de 50cm é multa pelo código de trânsito). Torna-se um suplício passar por ali.

Com a garantia de 2 pistas livres estas ruas tornariam-se praticamente avenidas e escoariam o trânsito com maior fluidez. As saídas para as ruas laterais seria natural, sem bloqueio da pista. Com todos os veículos seguindo na mesma direção a entrada ou saída de veículos nunca interrompe o fluxo.

Eliminação de semáforos e entrada livre à direita
Os semáforos são um bom instrumento de controle quando bem utilizados, mas são um problema quando estão próximos em ruas com fluxo intenso de veículos. Com a eliminação da mão contrária e eliminação dos cruzamentos o motorista precisa preocupar-se somente com o fluxo de veículos à sua esquerda. Isso normalmente tem como consequência positiva a redução do número de colisões e acidentes, pois fica mais fácil circular por ali.

A maioria dos semáforos ali instalados poderia ser simplesmente eliminados, pois perderiam sua função. Como o princípio básico é deixar o trânsito fluir, os semáforos tornam-se inimigos da idéia.

Todos os semáforos da República Argentina podem ser eliminados desde a ponte dos arcos até a entrada da ponte no centro. Com a inversão do fluxo sobre a ponte de ferro o sinal para entrada na república argentina também perde sua função. O mesmo vale para a entrada da Brasil, que precisaria ter o canteiro removido para que as 2 pistas chegassem livres na ponte.

O semáforo em frente à prefeitura também deveria ser eliminado, deixando a pista central livre para quem segue adiante e um redutor de velocidade para quem segue na pista da esquerda. Os veículos que vem da XV para entrar na Castelo Branco (beira rio) teriam entrada livre à esquerda com uma simples placa de pare. O fluxo não é tão intenso ali e o redutor na pista da esquerda sobre a Castelo faria o restante do trabalho.

A rua (sem nome?) de quem retorna à esquerda na Castelo para ir ao Shopping deveria ser bloqueada e o fluxo de veículos que entram à esquerda deveria fazer o contorno na prefeitura. Isso eliminaria 2 semáforos sobre a XV e facilitaria o fluxo no centro.

Entrada livre pelo corredor de ônibus (pista de aceleração)
O corredor de ônibus é uma medida acertada, mas pode ser aproveitado para dar vazão ao fluxo. A entrada pelas pontes do castelinho da Havan e também da ponte de ferro deveria ser feito sobre o corredor de ônibus, que deveria servir como pista de aceleração para quem está entrando na avenida. Acredito que 150m sejam mais que o suficiente para os veídulos entrarem no fluxo.

Proibição de estacionamento na via
Com excessão dos pontos aonde há recuo específico para estacionamento de veículos (como na área azul), o estacionamento ao longo da via deveria ser proibido por toda a extensão destas ruas. A preservação de ao menos 2 pistas para circulação de veículos é primordial para adequado funcionamento da idéia. Aonde há espaço, como na rua Itajaí, deveria ser implementado o recuo de estacionamento e também um calçadão e ciclovia!

As transversais por sua vez devem ser utilizadas para estacionamento. Nestas ruas o fluxo e a velocidade são baixas e manobrar o veículo ali não atrapalha mais ninguém.

Retorno pela pode dos arcos
A ponte dos arcos teria seu fluxo e papel modificado neste novo arranjo. Seu papel seria modificado para funcionar como ponto de recuo, para aqueles que querem passar para o outro lado do rio. A entrada seria pela pista da esquerda, assim como a saída. É provável que a saída precise ser feita em pista reservada, por conta do problema de visibilidade que a estrutura da ponte que fica à direita do motorista.

Mesmo assim, como nenhum veículo cruza a pista, não há interrupção completa do fluxo como acontece hoje.

Velocidade máxima de 60km/h em toda a extensão da via

Com a liberação de 2 pistas para circulação de veículos somadas a remoção dos semáforos a tendência dos motoristas ao encontrar a pista livre é acelerar (e chegar mais rápido ao próximo gargalo). Para evitar que isso ocorra toda a via deveria ter sua velocidade modificada para 60km/h com monitoramento efetivo por pardais em toda sua extensão.

O exemplo de Curitiba é bastante útil nesta hora. Com todos os veículos andando na mesma velocidade o fluxo é constante a média velocidade. Isso permite espaços para que outros veículos ingressem no fluxo e acelerem à velocidade dos demais autos rapidamente.

Mudanças DE BAIXO CUSTO e de EXECUÇÃO IMEDIATA

A parte mais milaborante desta mudança é que ela pode ser feita sem grandes obras civis, com custos altos.

Precisaria ser antecipada por uma campanha de divulgação abrangente e ter a sinalização preparada para que a inversão e interligação das ruas pudesse ser feita num final de semana, em conjunto do desligamento dos semáforos e remoção do canteiro no cruzamento da Brasil com a Rep. Argentina, mas isso é praticamente nada para uma mudança destas proporções.

As placas poderiam ser instaladas e deixadas cobertas durante a semana com alteração feita na noite entre 6a-f e Sábado, para que os motoristas tenham o final de semana para acostumar-se com a nova configuração.

As demais modificações como remoção de semáforos, demarcação de pistas, instalação de estacionamentos, etc, pode ser feitas ao longo dos meses seguintes, priorizando sempre o que tiver relação com a segurança dos pedestres e dos veículos.

Os contrapontos
É claro que a idéia não agradaria a todos, principalmente aqueles que precisariam vazer a volta no rio para chegar em algum ponto mais à esqueda (contrário ao fluxo da via). Mas estou certo de que os ganhos de tempo para a grande maioria da população compensaria este problema que afetaria uma parcela pequena que precisaria dar a volta.

Outro problema é a distância entre os pontos de retorno, especialmente no trecho entre o Sesi e a ponte dos arcos. O ideal seria a construção de uma nova ponte a meio caminho entre os retornos (o pontilhado no mapa), ou então deixar a R. São Bento fazer este papel.

Enfim, Blumenau precisa encontrar maneiras de melhorar seu trânsito. Algumas modificações recentes feitas no trânsito se mostraram equivocadas e via de regra transferiram o problema do fluxo para o próximo ponto de gargalo. O objetivo aqui é acabar com o máximo de gargalos possível para que, assim como a água, os veículos encontrem caminho livre para fluir e acabar com este lindo e caótico estacionamento a céu aberto que a cidade se torna todos os dias...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Blumenau. Uma cidade turística?


Com razoável frequencia ouço as pessoas tocarem no assunto da característica "turística" de Blumenau. Gosto de acreditar que isso é tão simplesmente a manifestação de um desejo, mais do que algo sério. Mas tenho receio de estar errado. Ao que tudo indica tem bastante gente levando isso muito a sério.

Não que isso seja ruim. Acho que é simplesmente uma preocupação minha pelo risco de vender um projeto inacabado.

O tipo de turista mais citado por todos é o "turista de negócios". Aquele individuo que veio trabalhar na cidade por alguns dias e que consome serviços e produtos na cidade.

Há alguns anos Blumenau tinha como carro chefe seu setor textil industrial, que puxavam a economia e trazia bom contingente de homens de negócio para a cidade. Isso permitiu que a maior feira do setor - texfair - fosse realizada na cidade e movimentasse todo o setor hoteleiro, restaurantes e comércio por muito tempo. Só que nada é pra sempre.

A crise do setor têxtil fez com que as indústrias locais encolhessem e o peso do setor diminuísse significativamente. Soma-se a isso a carência de leitos na rede hoteleira para atender a todos durante a feira (tinha gente que ficava em Joinville), além de outras cositas más.

O resultado natural é que as atenções se voltem para o turista clássico. Aquele que busca lazer e entretenimento fora de sua cidade natal.

Blumenau tem sim muita coisa boa para ser vista. Além do charme de uma cidade pequena, há muitos lugares interessantes para visitar, belas construções para ver, museus típicos, cerveja e comida local para provar, além de muito mais.

Sendo assim, já está tudo pronto, certo? Calma lá. Não é bem assim.

Antes de querer se meter a tender o turista ocasional, precisamos resolver alguns problemas fundamentais e básicos para não dificultar os planos de quem está tentando curtir seu merecido descanso com um pouco de lazer e entretenimento.

Posso começar pelo transporte púbico. Os corredores de ônibus são uma boa iniciativa, mas por que tratar o visitante como um "enxerto" ao sistema? Onibus em Blumenau é para o morador da cidade. Para são confeccionadas carteirinhas o que dá a ele o direito a passagens mais baratas que são "carregadas" como créditos no tal cartão.

E o vistante? Se não der a sorte de embarcar em um dos terminais, aonde vai poder falar alguém antes de embarcar no ônibus, vai acabar descobrindo por conta própria que o preço para "forasteiros" é mais alto... E como descobrir o itinerário e possiveis conexões? Com um pouco de paciência e uma mãozinha do Google pode-se montar o roteiro combinando informações daqui e dali.

Mas tudo bem. A maioria dos turistas vem de carro mesmo, não é verdade? Pode até ser, mas estes não estarão com maior sorte.

Você já tentou ajudar algum parente de outra cidade a circular em Blumenau sozinho? Experimente um dia. Mesmo que seja por telefone. É revelador!

Os bairros são extremamente mal sinalizados. As ruas idem (placas com nomes somente próximo das principais). As indicações são confusas e desconexas, sem falar do fato da maioria delas estar encima da entrada, quando já não dá mais pra mudar de direção sem afetar alguém. As referências são de coisas que nem estão mais lá (vide Gaitas Hering e Mafisa)! É de dar dó.

Não bastasse esses pequenos entraves na vida de quem está passeando pela cidade, faça-se a pergunta: aonde ir?

Não há um roteiro planejado com coisas para o turista visitar. A vila germânica é um ponto tradicional, mas as lojas de souverires estão fechadas a noite e aos domingos (quando todos passeiam). Os museus funcionam em horário comercial. Restaurantes? Felizmente o número de boas opções vem crescendo. Parques? Há somente 1 que merece esta denominação. Igrejas, artesanatos, cristais, monumentos, e por aí vai.

Tudo isso ainda está para ser "interligado" num plano que permita às pessoas passearem pelos diversos pontos característicos da cidade num roteiro que dure o dia inteiro.

A esse roteiro eu acrescentaria uma linha turismo, que percorreria desses tantos pontos em intervalos regulares e que funcione nos mesmos dias e horários em que as pessoas querem passear!

Por essas e outras que eu acho um pouco prematura a idéia de propagandear Blumenau como uma cidade "Turística". Pitoresca posso concordar, mas turística ainda não. Ainda vai rolar um tanto de água por baixo dessas pontes até chegarmos lá.

Mas uma coisa é certa: se bem explorado, há muito que ganhar com isso. Tanto os visitantes quanto a população se beneficiaria das mudanças. Todos saem ganhando nesse caso.

As Lógicas Ilógicas que nos rodeiam

Blumenau é uma cidade peculiar em vários aspectos. Um item que passa praticamente desapercebido é o fato de que a lógica da sinalização das ruas ser feita ao contrário! É sim. Ali as placas dizem "não faça" ao invés de simplesmente "faça".

O fenomeno se manifesta de forma mais perceptível no centro da cidade, aonde há placas em cada esquina.

Parece estraho? Basta observar a posição e o sinal indicado nas placas que indicam a direção das transversais das principais ruas do centro.

Via de regra estão instaladas do lado oposto da rua (o que não chega a ser um crime), mas o mais cômico é o que está indicado nela. TODAS indicam o que NÃO fazer! Ou seja, ao invés de dizer simplesmente "é para lá", dizem "não é para lá"! Doido, não?


Uma historinha que ouvi uma vez comparava brasileiros, americanos e alemães. O resumo é mais ou menos assim: nos EUA tudo o que não é explicitamente proibido é permitido. Na Alemanha, tudo o que não é permitido é proibido, enquanto no Brasil até o que é proibido é permitido!

Daí foi fácil atribuir à origem germânica da cidade a lógica do "proibido" e transplantá-la para a sinalização do trânsito.

Mas dando uma olhadinha com mais carinho, fica difícil de entender que coisas assim propaguem-se por tantas e tantas gerações...

É fato que algumas famílias tradicionais seguem tendo influência nas decisões que afetam toda a população. Mas essa influência, com o passar dos anos e a profissionalização da administração, com a entrada do pessoal técnico, deveria estar muito reduzida, o que atenuaria o grau em que a vida cotidiana é afetada por achismos.

Há soluções já experimentadas e com resultados conhecidos pelo mundo todo e bastaria trazer as melhores para cá e ponto final, certo? Não tão rápido.

Voltando alguns anos na história das leis que afetam a todos nós, aqueles que já cruzaram os 30 vão lembrar as mudanças drásticas que foram feitas no codigo e transito nacional. No antigo sistema o DETRAN centralizava todo o controle na mão do Estado, contando com pessoal próprio para tudo. No modelo atual, o dentran somente se preocupa da parte burocrática, terceirizando todo o restante através das autarquias municipais, centros de habilitação de condutores, centros de vistoria e toda a parafernalha que conhecemos.

No ambito municipal é atribuída a autarquia de transito - em Blumenau o SETERB - planejar, regular e controlar a malha viária e o fluxo de veículos e pedestres. E como uma autaraquia, contam com dinheiro do município para algumas coisas, mas não tudo. Acima de tudo precisam gerar recursos para o próprio funcionamento. E qual a principal fonte de sustentos destes nobres senhores? Multas, ora! Simples assim.

Entendeu a possivel origem nada germânica de um ponto bastante peculiar da cidade com belas construções bechamel de outros tempos?

Mas não se apresse em tirar conclusões outra vez. Se isso explicasse tudo, a sinalização de trânsito do restante do Brasil deveria ser igual a daqui, mas não é. A lei é nacional, mas o comportamento é local.

Cidades construídas "para as pessoas" primam por informar e auxiliar o cidadão, enquanto aquelas erguidas para "as instuições" se preocupam mais com os controles, tão necessários para manter as pessoas em ordem...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Bem vindo forasteiro!

Amigos,
Este espaço tem o propósito de servir de área de livre pensamento para registro de fatos, atos e indagações relacionadas ao convívio social observadas por este que vos escreve.

Passearemos livremente por todas as áreas do comportamento humano em ensaios que explorarão as possíveis razões que expliquem a estupidez e a preguiça, atuais motores de nossa espécie.

Visitaremos áreas do conhecimento ligadas às ciências e sua aplicação para o benefício do indivíduo e da preservação do planeta, além de seus reflexos na teia social que de certa forma nos faz aturar uns aos outros da forma mais pacífica possível.

Nos aventuraremos no terreno das (não exatamente) ciências políticas e suas razões para buscar compreender o incompreensível poder do desejo de não fazer, bem como suas justificativas e explicacões vagas carregadas de gerúndio e referências exotérias.

Impossível não colocar o pé, mesmo que levemente, no território religioso! Assunto preferido de homens-bomba que fazem questão de dar a última palavra!

Em fim sente-se, relaxe e sorria! Enquanto escorregam indagações por entre os dedos que inundam as redondezas de possibilidades, enquanto a solução escorre pelo ralo.

Boa leitura!